A tricotilomania é um transtorno de controle de impulso, no qual a pessoa sente uma necessidade intensa e recorrente de arrancar os próprios fios de cabelo, de forma consciente ou até automática.
Geralmente, quem convive com a tricotilomania relata uma sensação de alívio, prazer ou diminuição da ansiedade no momento em que arranca os fios, mas, logo depois, vem o sentimento de culpa, tristeza ou frustração.
Quais são os sinais e sintomas?
Os principais sinais que podem indicar tricotilomania são:
- Áreas de falhas no couro cabeludo, sobrancelhas, cílios ou outros pelos corporais;
- Perda de cabelo com formatos irregulares e bordas sem padrão definido;
- Presença de fios quebrados de diferentes tamanhos na região afetada;
- Comportamento repetitivo de puxar fios, principalmente em momentos de estresse, ansiedade, tédio ou concentração (assistindo TV, estudando, dirigindo, etc.);
- Tentativas frustradas de parar o comportamento, muitas vezes escondendo das pessoas próximas.
Quais são as causas?
A tricotilomania é considerada um transtorno multifatorial. Isso significa que vários fatores podem estar envolvidos no seu surgimento, como:
- Predisposição genética;
- Alterações nos neurotransmissores relacionados ao controle de impulsos e regulação emocional;
- Ansiedade, estresse e transtornos emocionais associados;
- Situações traumáticas ou períodos de sobrecarga emocional.
É muito importante entender que não se trata de uma “mania” simples ou de falta de controle, mas sim de um transtorno real, que precisa de cuidado especializado.
Existe tratamento?
Sim, e o tratamento deve ser multidisciplinar. O acompanhamento dermatológico é fundamental para cuidar das consequências no couro cabeludo e na saúde dos fios, enquanto o suporte psicológico ou psiquiátrico é essencial para trabalhar as questões emocionais e comportamentais envolvidas.
Na parte dermatológica, eu atuo para:
- Avaliar a extensão dos danos no couro cabeludo e nos fios;
- Tratar possíveis inflamações, cicatrizes ou infecções que surgem devido ao ato de arrancar os fios;
- Estimular o crescimento capilar nas áreas afetadas, sempre que possível;
- Acompanhar de perto a evolução, junto com outros profissionais da saúde mental, quando necessário.
Existem também terapias comportamentais muito eficazes, como a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), além do uso de medicamentos, quando indicado.