O lúpus é uma doença autoimune, ou seja, é quando o próprio sistema imunológico, que deveria proteger o organismo, começa a atacar células e tecidos saudáveis. Isso pode gerar inflamações em diversas partes do corpo, como articulações, rins, pulmões e, muito frequentemente, na pele.
Existem alguns tipos de lúpus, sendo o lúpus eritematoso sistêmico (LES) o mais conhecido, por afetar vários órgãos. Já o lúpus cutâneo se manifesta principalmente na pele e, muitas vezes, é o primeiro sinal de que algo não está bem no organismo.
Quais são os sinais do lúpus na pele?
Na minha prática clínica, observo que os sinais do lúpus podem variar bastante de pessoa para pessoa, mas alguns são bem característicos, como:
- Lesões avermelhadas no rosto, especialmente no formato de “asa de borboleta”, que pega as bochechas e o dorso do nariz.
- Manchas vermelhas ou arroxeadas em áreas expostas ao sol, como colo, braços e ombros.
- Queda de cabelo intensa e afinamento dos fios.
- Feridas na boca ou no couro cabeludo.
- Ressecamento e sensibilidade excessiva da pele.
Além disso, é muito comum que essas lesões piorem com a exposição solar. Por isso, o cuidado com o sol é uma das principais orientações que eu passo para quem convive com lúpus.
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico do lúpus é clínico, ou seja, feito através da avaliação dos sinais, sintomas e do histórico de cada pessoa. Exames laboratoriais e biópsias da pele também costumam ser importantes para confirmar o diagnóstico e entender se o quadro é restrito à pele ou se há acometimento sistêmico.
É por isso que o acompanhamento com uma dermatologista é fundamental. Muitas vezes, os sinais na pele aparecem antes dos sintomas internos e, com um olhar atento, conseguimos não apenas cuidar da estética, mas também proteger sua saúde como um todo.
Como é o tratamento?
O tratamento do lúpus na pele tem como objetivo controlar a inflamação, aliviar os sintomas e evitar que as lesões evoluam. Aqui no consultório, eu sempre elaboro um plano de cuidados personalizado, que pode incluir:
- Uso de protetor solar com altíssima proteção, inclusive com proteção contra luz visível.
- Medicamentos tópicos, como pomadas anti-inflamatórias ou imunomoduladoras.
- Tratamento oral, quando necessário, com medicações que ajudam a regular o sistema imunológico.
- Cuidados dermatológicos para minimizar manchas, cicatrizes e melhorar a qualidade da pele.
O acompanhamento regular é fundamental, porque o lúpus pode ter períodos de melhora e de agravamento, e ajustar o tratamento em cada fase faz toda a diferença no controle da doença e na sua qualidade de vida.
E como eu posso te ajudar?
Se você tem lúpus ou está desconfiando que pode ter, saiba que não precisa enfrentar isso sozinha. Meu papel como dermatologista é te ajudar a entender seu diagnóstico, controlar os sintomas, proteger sua pele e, principalmente, cuidar da sua autoestima.
Cada caso é único e merece uma atenção individualizada. Juntas, podemos construir um plano de tratamento que respeite suas necessidades, seu estilo de vida e que te ajude a viver com mais leveza, segurança e bem-estar.