O carcinoma basocelular (CBC) é um tipo de câncer de pele não melanoma, originado nas células basais da epiderme — a camada mais superficial da pele. Ele representa cerca de 70% dos casos de câncer de pele, sendo o tipo mais frequente.
Apesar de ser considerado um tumor de crescimento lento e pouco agressivo em termos de disseminação, ele pode se tornar destrutivo localmente, afetando tecidos mais profundos, como músculos, cartilagens e até ossos, se não for tratado adequadamente.
Quais são as principais causas?
A principal causa do carcinoma basocelular é a exposição crônica ao sol, principalmente ao longo da vida. Mas outros fatores também podem contribuir, como:
- Pele clara, olhos claros e sensibilidade ao sol;
- Histórico de queimaduras solares, especialmente na infância;
- Exposição ocupacional ao sol (trabalhos ao ar livre);
- Uso de câmaras de bronzeamento artificial;
- Histórico familiar de câncer de pele;
- Envelhecimento, já que é mais comum após os 50 anos, embora também possa ocorrer antes disso.
Como identificar uma lesão suspeita?
O carcinoma basocelular pode se apresentar de várias formas na pele. Por isso, é fundamental ficar atento(a) a qualquer lesão que:
- Seja uma feridinha que não cicatriza;
- Apresente uma bolinha brilhante, perolada, rosada ou avermelhada;
- Tenha um aspecto de mancha avermelhada ou com descamação;
- Forme uma cicatriz esbranquiçada sem motivo aparente;
- Sangre com facilidade, mesmo com pequenos traumas.
Essas lesões surgem com mais frequência em áreas mais expostas ao sol, como rosto, orelhas, pescoço, colo, ombros e couro cabeludo.
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico é essencialmente clínico, feito durante a avaliação dermatológica. Na maioria das vezes, utilizo um aparelho chamado dermatoscópio, que permite uma análise mais detalhada da lesão.
Quando há suspeita, é realizada uma biópsia, que consiste na retirada de um pequeno fragmento da pele para análise em laboratório. Esse exame confirma se é realmente um carcinoma basocelular e define suas características.
E o tratamento?
O tratamento depende do tamanho, da localização e do tipo da lesão. Entre as opções estão:
- Cirurgia dermatológica, que é a forma mais comum e eficaz, com retirada completa da lesão e, muitas vezes, com margem de segurança;
- Cirurgia de Mohs, indicada para casos mais complexos, em áreas delicadas como rosto, com maior preservação de tecido saudável;
- Eletrocoagulação e curetagem, para lesões pequenas e superficiais;
- Terapia fotodinâmica, para casos específicos;
- Uso de medicamentos tópicos ou orais, quando a cirurgia não é possível ou em casos selecionados;
- Radioterapia, em algumas situações específicas.
O mais importante é que, quando tratado corretamente, o carcinoma basocelular tem altas taxas de cura e, na maioria dos casos, sem deixar grandes sequelas.
Como eu posso te ajudar?
Se você identificou alguma lesão suspeita na sua pele, não espere para procurar ajuda. Como dermatologista, eu faço uma avaliação completa, utilizando recursos como a dermatoscopia, além de orientar sobre prevenção, acompanhamento e, quando necessário, definir o melhor tratamento para cada caso.
O acompanhamento periódico é essencial, pois quem já teve um carcinoma basocelular tem maior risco de desenvolver novas lesões no futuro.